domingo, 22 de março de 2009

O Quarto Poder - Ainda Atual...


O filme do diretor Constantin Costa Gravas, O Quarto Poder (1997) mostra a história do repórter Max Brackett, vivido por Dustin Hoffman, que ao cobrir uma matéria sobre a falta de pagamento dos funcionários em um museu, se viu refém do ex-segurana do local, Sam Baily, interpretado por John Travolta. Além de Max, Sam também fez de reféns a diretora do museu e 12 crianças que visitavam o local.
Com “sede” de sensacionalismo, o repórter vê naquela situação uma grande chance de fazer uma matéria exclusiva, e fez seus contatos com o jornal onde trabalhava através do telefone do banheiro. Fazendo uma análise do perfil psicológico do seqüestrador, Max o influencia, dizendo que poderia limpar sua barra através de uma entrevista que influenciaria a opinião pública, provando sua inocência.
Nessa altura, várias redes de televisão já se encontravam na frente do museu para cobrir o seqüestro, e a repercussão da entrevista toma proporções comprometedoras. Quando Max exibia imagens positivas de Sam, o público ficava a favor dele, mas quando outras redes divulgavam imagens que denegriam o seqüestrador, o público se posicionava contra.
O desfecho do caso se dá quando um outro repórter, de “credibilidade” maior, manipula os depoimentos da família e amigos de Sam, através da edição desse material e coloca no ar uma imagem completamente negativa do seqüestrador. O mesmo, que durante todo o seqüestro se via pela televisão do museu, entra em desespero com a matéria que o denegria, liberta todos reféns e se suicida.
O que podemos presenciar neste filme é o poder da mídia sobre a opinião pública através da manipulação de informação, ignorando a verdade dos fatos e a ética, buscando apenas a audiência, o show business.
Um exemplo emblemático da irresponsabilidade da mídia em busca do furo jornalístico. Colocando de lado o maior valor existente em nossa profissão: a credibilidade.

Um comentário:

  1. Gostei da matéria. É isso mesmo. O poder da mídia é muito grande. As pessoas precisam estar cada vez mais atentas a isso para não se deixarem levar tão facilmente. Nossas crianças deveriam ser iniciadas no pensamento filosófico desde cedo para aprenderem a desenvolver o espírito crítico.
    Bjs. Tia Meire.

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