terça-feira, 14 de julho de 2009

PODER, PECADO E FÉ

Ganhei de presente do filho Fabrício, o livro de Dan Brown, “Anjos e Demônios”, que comecei a ler sem pressa. E eis que surge nos cinemas o filme baseado no livro.

Fui ver e fiquei emocionado. E me surgiu na mente a imagem de uma tríplice dimensão da Igreja: Poderosa, pecadora e crente.

Nenhuma outra religião no mundo tem sido tão poderosa como a religião cristã, aqui caracterizada pela Igreja Católica Apostólica Romana. A sua sede é um Estado dentro de uma cidade, mas é um Estado, com relações diplomáticas e tudo; tem um banco, um banco como outro grande banco dos que conhecemos; possui igrejas suntuosas que provocam tremor, temor e fé; tem prestígio que incomoda governos e provoca reverência de autoridades pelo mundo afora; faz conchavos e negociatas que permitem a manutenção de todo o seu status; pronuncia e emite sentenças que contrariam avanços e conquistas do mundo contemporâneo; impõe silêncio a cientistas e pensadores que vivem sob o seu imenso guarda-chuva; e ainda se acha no direito de excomungar pessoas comuns e profissionais como se fossem servos do seu imenso universo de sacerdotes e religiosas.

Poder e pecado são irmãos gêmeos. E a Igreja é, também, uma igreja pecadora. Num passado não muito distante guerras foram forjadas no seu interior e tiranos mataram sob a sua benção e proteção; inocentes foram queimados na fogueira e governantes e sistemas a ela se submeteram. Do mesmo modo como, a depender da onda, a governos e sistemas ela se submeteu; ainda se está para colocar em pratos limpos o seu papel nas duas guerras mundiais que ainda hoje mantém parcela da humanidade traumatizada e sofrida, isso sem falar nos pecados ocorridos dentro de suas fronteiras, como bem fantasiou Dan Brown.

Mas é, ainda, uma igreja de fé. Pecado e fé são frutos de uma mesma árvore. A Igreja Católica é um manancial de homens e mulheres de santidade e fé. O filme deixa transparecer isso. E todos nós sabemos que assim é. E é por essa dimensão que ela ainda prevalece. No meio da adversidade ela se sustenta e muitas vezes tem sustentado o mundo pela fé.

A fé que transparece nela é suficiente para se tornar maior do que a prepotência do seu poder, do que os estragos dos seus pecados, do que os erros dos seus
Pontífices “infalíveis”, do que suas posições retrógradas e do que a sua estrutura medieval, monárquica e centralizadora.

Se a gente pudesse tirar da Igreja o seu poder, reverter os seus pecados e preservar a sua fé, o mundo estaria bem servido.

Pr. Djalma Torres
Presidente do CEPESC – Centro de Pesquisa, Estudos e Serviço Cristão e da Igreja Evangélica Antioquia.
71 99537149 e torressantana@uol.com.br

Um comentário:

  1. Grande observação!
    A Igreja Católica exerce uma influência quase que nazista sobre toda a sociedade do mundo.
    Guilherme

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